Na primeira semana de ocupação da Rocinha pelas Forças de Segurança do Estado o fotojornalista Rafael Caetano registrou imagens tiradas nos becos, ruas e vielas da Rocinha.
Multirão de serviços na Rocinha, os moradores esperam que serviços possam ser regular |
Jovem tira a primeira via dos documentos |
Pelas ruas da comunidade agentes da prefeitura circulavam no sábado |
Serviços regularizados, mas fora do padrão de consumo de muitos |
Moradores tiram dúvidas com funcionários da Prefeitura |
PMs fazem revista em van na Estrada da Gávea |
Suspeitos são detidos por policiais civis |
Vida que segue: muitos moradores ainda não querem falar sobre a ocupação |
Rocinha
Um comentário:
A 19ª unidade de policia pacificadora, que consolida o projeto do governo do Estado, de tamanha exposição midiática nos faz esquecer que se trata de um programa de governo e não uma politica publica; um programa de governo é provisório e sustentado com recursos limitados e com prazo definido para acabar que é o fim do governo que apoia o programa. Diferente da politica publica que é obrigação do governo que administra a máquina pública, independe da sua (boa ou má) vontade, os recursos para sua execução devem estar declarados e orçados assim como suas fontes.
Embora os números deste programa sejam inquestionavelmente positivos por terem reconquistado territórios e livrado milhares de habitantes das mãos dos chefões do trafico até então tiranizadas por quadrilhas.
Mas como expectadores de um espetáculo de mágica, ficamos impressionados com o resultado do truque e não olhamos o movimento das mãos, como magica, por ser maravilhoso não perguntamos como foi feito.
Qual sua duração, de que é feita sua sustentabilidade? E não discutimos sua longevidade e sua ação no tempo.
O príncipe foi escrito em 1525, entre muitas coisas diz que o objetivo principal do governante é manter o território e que governar é dispor as coisas não para leva-las ao bem comum mas a um objetivo adequado a cada coisa de governar.
Outra passagem é sobre colocar um mau administrador que cumpre as ordens do príncipe sem que o povo saiba, que seja odiado pelos súditos o príncipe vem o assassina sendo aclamado pelo povo.
De volta a 2011, essas Favelas foram tiranizadas com a leniência do estado, na espetacular, showtimezada, ao vivo prisão do administrador Nem. Como num passe de mágica a imprensa esqueceu dos companheiros enviados pelo estado para dar cobertura e fuga ao traficante do estatal. Narrar o fato é desnecessário, ,mas a memoria se encurta com tantos morteiros: 05 policiais foram presos dando cobertura ao traficante, não vou além do obvio.
Me refiro a relação estado-traficantes, na convenção do PMDB deste ano foi dito que a Rocinha era território de um candidato.
Se continuarmos no discurso: estado ausente há 40 anos, não vemos que a politica da ausência é a própria politica do Estado aplicada à Favela, não vemos a ação do estado, no seu braço armado, municiar o trafico. Servir e proteger. Informar, prevenir, treinar os traficantes.
Vamos cair na questão da prostituição: a mulher que vende o corpo. Aquele que paga pelo corpo não tem responsabilidade? Foi seduzido? Minha opinião é que eu duvido que a prostituta tenha vendido se produto a prazo, para receber no fim do mês.
Só há prostituta por haver cliente. Não se trata do ovo e da galinha. O poder econômico determina a relação de poder entre a procura e a oferta. O cliente gerou a prostituta. A demanda definiu a oferta.
O estado corrompido e viciado gera a corrupção. Primeiro o circo, o pão vem logo a seguir.
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